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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Silêncio !!!!!!!!!





Silêncio
Lettie Cowman
“Então, os principais sacerdotes o acusavam de muitas coisas. Tornou Pilatos a interrogá-lo: Nada respondes? Vê quantas acusações te fazem! Jesus, porém, não respondeu palavra, a ponto de Pilatos muito se admirar.” (Mc 15.3-5.)
Alguns anos depois desse maravilhoso momento de silêncio do Deus-Homem, o apóstolo escreveu o seguinte:
“Pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças.” (1 Pe 2.23.)
Esse silêncio era divino. Um simples homem jamais conseguiria ficar calado. E sendo inocente e inculpado, não se deixaria levar “como cordeiro ao matadouro”, para ser como ovelha muda perante seus tosquiadores. Esse silêncio na presença de Pilatos, bem como o que manteve na cruz, em meio a uma agonia indescritível – que ele rompeu apenas sete vezes, com frases de um profundo significado – foi o ponto alto de uma vida caracterizada por um silêncio divino. E Cristo viveu circunstâncias nas quais o homem sente necessidade de falar. Primeiro, ficou trinta anos em silêncio, para depois iniciar seu ministério público e seguir sua caminhada de Cordeiro em direção à cruz. Depois guardou silêncio sobre a grandiosa beleza da glória do Pai e permaneceu calado ao sofrer à mão dos homens de uma forma incomparável. Além disso, guardou um santo silêncio a respeito das bênçãos que derramou sobre outros e dos atos de traição de Judas.
Isso é um exemplo para todos os que desejam seguir os seus passos, para aqueles que querem andar assim como ele andou. É Cristo vivendo de novo nessas pessoas. E como é que esse ideal pode se tornar realidade para nós? Primeiro, temos de ouvir o chamado dele e aceitá-lo (1 Pe 1.15). Depois devemos tomar a cruz de Jesus como sendo nossa cruz, já que, “se morremos” nele e com ele, agora podemos viver para Deus. Aí poderemos de fato entender o silêncio de Jesus e guardaremos
silêncio ao realizar tarefas humildes entre os homens, sem procurar ser vistos por eles;
silêncio a respeito das glórias que vivemos no monte da transfiguração, para que outros não pensem de nós mais do que é devido;
silêncio com relação às durezas da senda do Calvário que nos levaram a Deus;
silêncio a respeito daqueles que, com a permissão de Deus, nos fizeram acusações, e com relação ao fato de havermos abandonado tudo que nos era mais caro, por amor a ele;
silêncio quando nos curvamos para servir exatamente àqueles que nos traíram;
silêncio sobre as verdades profundas que Deus nos revelou nos momentos de comunhão no esconderijo do Altíssimo, e que de forma alguma podemos explicar àqueles que ainda não receberam o batismo, sem o qual não podem ser aperfeiçoados espiritualmente;
silêncio com relação a indagações que só o Espírito Santo de Deus pode responder; e só responde quando chega a hora certa para esse coração que pergunta, acabando assim com toda dúvida, pois lhe revela gloriosamente Aquele que é a resposta de todas as nossas perguntas;
silêncio quando outros nos forçam a assumir uma posição em que parece que rivalizamos com um abençoado servo de Deus; e então resolvemos nos negar a nós mesmos para eliminar o problema, afastando-nos sem maiores explicações, mesmo tendo todos os direitos de ali permanecer;
silêncio, sim, guardaremos silêncio diante de julgamentos feitos por nossos colegas de fé, que nos criticam e falsamente nos acusam de muitos erros.

Senhor, vive tua vida em mim!

Lettie Cowman trabalhou em campos missionários de países do Oriente, juntamente com seu esposo. Os livros Mananciais no Deserto e Fontes no Vale, publicados pela Betânia, são uma compilação de artigos e mensagens que ela reuniu durante o tempo em que enfrentou períodos de intensa tribulação. Este artigo foi extraído do livro Fontes no Vale.













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