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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Pontes ou Paredes ?

Pontes ou Paredes?
Robert Schuller
Há duas espécies de pessoas no mundo. Há os que constroem paredes e há os que constroem pontes. Robert Frost disse:
“Antes de construir paredes é preciso verificar bem o que é que se está encerrando dentro dessas paredes, ou deixando fora delas.”
Esse é um bom aviso para os construtores de paredes, porque, em sua defensiva e hostilidade, costumam afugentar de si os outros.
Os construtores de pontes são os que esperam o melhor das pessoas. Esperam dos outros sempre o bem, e estão prontos a acreditar no melhor, mesmo nas piores situações. Cons­troem pontes porque aprenderam a linguagem do amor.
O que você constrói – pontes ou paredes? Você está alimentando ressentimentos? Quantos temores, ansiedades, preocupações, você está sofrendo só porque não se dispõe a perdoar alguém que o feriu profundamente? Quantos dias ensolarados se tornam cinzentos, porque sua mente enraivecida agita-se e luta, em choques imaginários com o adversário – seu ex-marido, sua ex-esposa, um parente, um freguês, um cliente ou um funcionário?
Você está sofrendo de úlceras, artrite, pressão alta ou problemas cardíacos, simplesmente porque não se dispõe a perdoar? Quantas pessoas estão criando rugas – que se tornarão marcas permanentes – evidências do fato de que passaram a maior parte de sua vida com pensamentos de ira, até que as rugas lhes marcaram indelevelmente o semblante? E quantos amigos já deixaram de falar-lhe por você ter angariado a reputação de enjoado, resmungão e choramingas, pois o ressentimento diário que penetrou em você ali se fixou e o contaminou por inteiro?
A solução é aprender a linguagem do amor, linguagem que começa com estas palavras de 1 Coríntios 13, o grande capítulo do amor: “O amor não se ressente do mal” (v. 5). No nordeste dos Estados Unidos, quando grandes, macios e fofos flocos de neve começam a cair, é o inverno que está chegando. Nascido e criado na região noroeste de Iowa, lembro-me bem da primeira neve do ano. Era um espetáculo maravilhoso! Mas o de que não gostávamos era das nevascas, porque as nevascas vinham com ventos impetuosos de 80 a 100 quilômetros por hora, chegando, algumas vezes, a fechar as estradas com intransponíveis montões de neve. Chegava mesmo a ser impossível ir a um armazém para comprar alimentos. A situação ficava muito séria. Uma vantagem para mim era que eu não teria de ir à escola. Ainda me lembro de como ficava olhando, da nossa fazenda, um quilômetro estrada abaixo, vendo o removedor de neve cortando os montões de neve, picando, repicando e atirando na vala um enorme jorro de neve. Depois que a máquina terminava o serviço, a estrada estava de novo aberta, e podíamos sair em busca de alimento. E eu podia voltar à escola.
Os ressentimentos são como montões de neve, e o perdão é o removedor. Aos olhos do incrédulo, o perdão é apenas uma questão de acerto passivo. Mas, no contexto cristão, não é assim de maneira alguma. No contexto cristão, o perdão é o removedor de neve. Implica reabrir a estrada e remover as barreiras, de modo que possamos novamente comunicar-nos e ouvir o que as pessoas estão tentando dizer. Dialogamos e trocamos ideias; podemos nos mover de um lado para outro. Seja entre mim e Deus ou entre mim e outra pessoa, o perdão é o removedor da neve, e não apenas um apagador de quadro-negro.
Em apenas um dia, pode brotar em nossa vida um montão de ressentimentos. E a única maneira de fazer a alegria voltar ao nosso rosto é buscar um amor irresistível, que possa remover os ressentimentos e encher-nos de perdão. “Eu lhe perdoo”, é uma linguagem do amor.
Mas, para que possamos vencer os ressentimentos, para que possamos nos submeter ao espírito de perdão, procuremos compreender alguns dos obstáculos existentes:
Obstáculo n.° 1: Um extremado senso de justiça
Eu mesmo tenho tido problemas nesse ponto. Possuo um forte senso de justiça. Preciso estar sempre lembrando a mim mesmo o que diz a Palavra de Deus: “A mim me pertence a vingança”, diz o Senhor (Dt 32.35).
A história de José tem sido uma bênção para mim. Ele foi vendido pelos irmãos, como escravo, para o Egito. Pretendiam desfazer-se dele e afastá-lo de suas vidas; no entanto, ele se tornou governador. Pretendiam matá-lo; e, em vez disso, pela providência de Deus, o que conseguiram foi coroá-lo. Como o próprio José disse: “Vós tivestes em vista o mal, Deus, porém, teve em vista o bem”. Deixemos que a justiça seja administrada pelo Senhor. Ele sabe cuidar das pessoas.
Houve um homem que, vítima de injustiça, disse ao pastor:
– Mas ficar zangado não é para mim uma atitude de homem? –
De fato. Mas perdoar é uma atitude de Cristo, respondeu o pastor.
Obstáculo n.° 2: Transformar um montículo de terra numa montanha
Nós temos a tendência de enfatizar as pequenas coisas negativas que nos incomodam, e de esquecer todas as qualidades positivas. A pessoa que nos feriu, seja ela quem for, possui muitas qualidades apreciáveis, mas, dadas as circunstâncias, não conseguimos vê-las.
Certa vez, para ilustrar esse fato, numa aula em que eu estava falando acerca do pensamento da possibilidade, prendi uma folha de papel no quadro. Com uma caneta-pincel, tracei um pequeno X bem no centro da folha. Depois, fiz um círculo pequenino com um tracinho dentro. Pedi aos alunos da classe que chegassem ali e me dissessem o que estavam vendo. Uma pessoa disse que via uma linha; uma outra, um círculo; outros disseram um X. Todos opinaram e, quando não faltava mais ninguém para responder, eu disse:
“Nenhum de vocês disse: ‘Vejo uma folha de papel’.”
A folha de papel branco era muito maior do que o que eu rabiscara nela; mas todos viram apenas as pequenas marcas pretas. Ninguém viu a enorme extensão branca.
Por natureza, temos a tendência de pensar negativamente. Vemos o erro e não vemos o bem. Detemo-nos num pequeno detalhe e nos apegamos a ele. Isso se transforma num obstáculo.
É como um artista que estava ensinando seus discípulos a pintar. Levou-os para fora para que pintassem o pôr-do-sol. Todos armaram seus cavaletes e começaram a pintar. Justamente quando o sol estava atingindo o ponto máximo do seu glorioso colorido, o instrutor notou que um estudante estava todo absorto desenhando umas tabuinhas que cobriam um celeiro no primeiro plano daquela cena pastoral. Disse-lhe o professor:
“Olhe, se você ficar muito tempo desenhando as tabuinhas, vai acabar perdendo o pôr-do-sol.”
Não se deixe prender demais aos detalhes da vida, a ponto de perder os maiores e mais belos quadros.


Extraído do livro Descubra o Amor, que faz parte da Série Descoberta, escrita por Robert Schuller e publicada pela Editora Betânia.


terça-feira, 6 de setembro de 2011

Imperdoaveis

Por do sol e arvoreNa coluna “A outra face”, mencionei aquela que acredito ser a proposta mais absurda de Jesus: dar a outra face ao agressor. A segunda proposta mais absurda, na minha opinião, é o perdão. Na verdade, o perdão é irmão íntimo de dar a outra face; a diferença é que ele não é fruto de uma relação exclusiva com “inimigos”. O perdão, quando o ofendido assume o prejuízo causado pelo ofensor, é o único caminho da restauração plena. Tratando do tema de perdão, sempre me lembro de dois filmes que me marcaram e que demonstram modos opostos de lidar com os pecados dos outros e seus efeitos sobre nós. Trata-se de “Os Imperdoáveis” (onde ninguém perdoa ninguém) e “Forrest Gump” (o cara que perdoa todos o tempo inteiro).
Os Imperdoáveis foi o filme vencedor do Oscar de 1992, escrito e dirigido por Clint Eastwood, estrelado por ele mesmo mais Gene Hackman, Morgan Freeman e Richard Harris (talvez o melhor elenco do cinema mundial). O filme é maravilhoso, como tudo o que o Clintão produz. O título já demonstra uma profunda relação de culpa que permeia toda a história: as prostitutas agredidas não perdoam seus agressores; o xerife não perdoa quem se atravessa no seu caminho; o próprio personagem de Clint não perdoa a si mesmo pelo seu passado de assassino, embora tenha se redimido – o que o leva de volta à matança. O filme inteiro é profundamente deprimente exatamente por isso: não há saída se não houver perdão; e ele jamais acontece.
Já Forrest Gump – o contador de histórias – venceu o Oscar de 1995; foi dirigido por Robert Zemeckis e estrelado por Tom Hanks (a melhor interpretação da vida dele). A personagem é um retardado mental que é constantemente enganado por todo mundo, a quem ele sempre responde com um voto de confiança. As situações são hilárias e inverossímeis (como ele ser campeão mundial de tênis de mesa, herói da guerra do Vietnam, maior produtor de camarão do mundo), mas ao mesmo tempo ele nos soa profundamente humano e real. Seu desapego das coisas e apego às pessoas nos leva às lágrimas, como quando perdoa o capitão que sempre o tripudiou (e ainda o ajuda a recuperar-se), recebe a moça que o abandonou, ignora cada ofensa que a sociedade inteira lhe faz. Perdoa sempre. Fica-se com a sensação de que somente um retardado mental poderia amar e perdoar daquela maneira. O que infelizmente parece ser verdade na maioria das vezes.
Minha sugestão é de que você reveja estes filmes pensando na proposta de Jesus em perdoar. São dois filmes muito bons apresentando as maneiras opostas como as pessoas lidam com a questão. Quando ninguém desculpa ninguém, todos são imperdoáveis. Já o cara que perdoa todos o tempo inteiro é inocentemente feliz.
Crônica escrita por André Daniel Reinke

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Amar à Deus !!!!!!!!!


Mc. 12:28-31

28.Um dos mestres da lei aproximou-se e os ouviu discutindo. Notando que Jesus lhes dera uma boa resposta, perguntou-lhe: "De todos os mandamentos, qual é o mais importante? "
29.Respondeu Jesus: "O mais importante é este: ‘Ouve, ó Israel, o Senhor, o nosso Deus, o Senhor é o único Senhor.
30.Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças’.
31.O segundo é este: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Não existe mandamento maior do que estes".

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Silêncio !!!!!!!!!





Silêncio
Lettie Cowman
“Então, os principais sacerdotes o acusavam de muitas coisas. Tornou Pilatos a interrogá-lo: Nada respondes? Vê quantas acusações te fazem! Jesus, porém, não respondeu palavra, a ponto de Pilatos muito se admirar.” (Mc 15.3-5.)
Alguns anos depois desse maravilhoso momento de silêncio do Deus-Homem, o apóstolo escreveu o seguinte:
“Pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças.” (1 Pe 2.23.)
Esse silêncio era divino. Um simples homem jamais conseguiria ficar calado. E sendo inocente e inculpado, não se deixaria levar “como cordeiro ao matadouro”, para ser como ovelha muda perante seus tosquiadores. Esse silêncio na presença de Pilatos, bem como o que manteve na cruz, em meio a uma agonia indescritível – que ele rompeu apenas sete vezes, com frases de um profundo significado – foi o ponto alto de uma vida caracterizada por um silêncio divino. E Cristo viveu circunstâncias nas quais o homem sente necessidade de falar. Primeiro, ficou trinta anos em silêncio, para depois iniciar seu ministério público e seguir sua caminhada de Cordeiro em direção à cruz. Depois guardou silêncio sobre a grandiosa beleza da glória do Pai e permaneceu calado ao sofrer à mão dos homens de uma forma incomparável. Além disso, guardou um santo silêncio a respeito das bênçãos que derramou sobre outros e dos atos de traição de Judas.
Isso é um exemplo para todos os que desejam seguir os seus passos, para aqueles que querem andar assim como ele andou. É Cristo vivendo de novo nessas pessoas. E como é que esse ideal pode se tornar realidade para nós? Primeiro, temos de ouvir o chamado dele e aceitá-lo (1 Pe 1.15). Depois devemos tomar a cruz de Jesus como sendo nossa cruz, já que, “se morremos” nele e com ele, agora podemos viver para Deus. Aí poderemos de fato entender o silêncio de Jesus e guardaremos
silêncio ao realizar tarefas humildes entre os homens, sem procurar ser vistos por eles;
silêncio a respeito das glórias que vivemos no monte da transfiguração, para que outros não pensem de nós mais do que é devido;
silêncio com relação às durezas da senda do Calvário que nos levaram a Deus;
silêncio a respeito daqueles que, com a permissão de Deus, nos fizeram acusações, e com relação ao fato de havermos abandonado tudo que nos era mais caro, por amor a ele;
silêncio quando nos curvamos para servir exatamente àqueles que nos traíram;
silêncio sobre as verdades profundas que Deus nos revelou nos momentos de comunhão no esconderijo do Altíssimo, e que de forma alguma podemos explicar àqueles que ainda não receberam o batismo, sem o qual não podem ser aperfeiçoados espiritualmente;
silêncio com relação a indagações que só o Espírito Santo de Deus pode responder; e só responde quando chega a hora certa para esse coração que pergunta, acabando assim com toda dúvida, pois lhe revela gloriosamente Aquele que é a resposta de todas as nossas perguntas;
silêncio quando outros nos forçam a assumir uma posição em que parece que rivalizamos com um abençoado servo de Deus; e então resolvemos nos negar a nós mesmos para eliminar o problema, afastando-nos sem maiores explicações, mesmo tendo todos os direitos de ali permanecer;
silêncio, sim, guardaremos silêncio diante de julgamentos feitos por nossos colegas de fé, que nos criticam e falsamente nos acusam de muitos erros.

Senhor, vive tua vida em mim!

Lettie Cowman trabalhou em campos missionários de países do Oriente, juntamente com seu esposo. Os livros Mananciais no Deserto e Fontes no Vale, publicados pela Betânia, são uma compilação de artigos e mensagens que ela reuniu durante o tempo em que enfrentou períodos de intensa tribulação. Este artigo foi extraído do livro Fontes no Vale.













sábado, 27 de agosto de 2011

A Prezença de Deus !!!



"A Presença de Deus Realça a Nossa Imperfeição
Ronaldo Lidório
Em Gênesis 17.1, lemos que Deus disse a Abraão: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito”. Andar na presença de Deus leva-nos ao caminho da perfeição ao mesmo tempo em que esse andar na presença dele aponta de forma clara as nossas imperfeições.
Não há como sermos santos e íntegros se o pecado que abrigamos não for denunciado. O pecado é, sociologicamente, compreendido de forma simbólica na organização social humana. Ao falarmos de pecado, vêm à nossa mente o que rotulamos como pior, ou inaceitável, como o adultério, o roubo e o assassinato. Outras sociedades também possuem suas compreensões simbólicas do pecado. Entre os konkombas de Gana, o maior pecado é mentir. Entre os indígenas da Amazônia, talvez seja ser “pão-duro”, ou sovina. De toda forma, precisamos observar que o pecado, mesmo não embutido de um simbolismo social degradante, igualmente nos afasta de Deus. É fácil censuramos a embriaguez, mas temos dificuldade de confrontar a gula. Apontamos com clareza a falta de domínio próprio nos relacionamentos, mas convivemos pacificamente com a inveja. Nós nos iramos contra o roubo, mas somos tolerantes com o engano.
Quando Paulo nos advertiu, dizendo que a carne luta contra o Espírito e este contra a carne (Gl 5.17), deixou claro que não derrotaremos a carne lutando contra a carne. Derrotaremos a carne nos enchendo do Espírito. Isso não dilui a necessidade de estarmos alertas, e 1 Coríntios 10 afirma que é nossa tarefa resistir e suportar (v. 13). Significa que os processos de transformação que contrariam a carne em nossa vida se darão pela presença e atuação do Espírito Santo em nós. Assim, o maior passo a ser dado para termos vida íntegra e santa é sermos cheios do Espírito.
Este artigo foi extraído do livro Liderança e Integridade, lançamento da Editora Betânia. Ronaldo Lidório é missionário presbiteriano, doutor em Antropologia Cultural e autor de vários livros.








sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Descanso em Jesus !!


Venham, Tomem, Aprendam e Descansem.

George Foster

     
“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mt 11.28-30 – NVI.)
Jesus provavelmente estava pensando em pastores e missionários quando declarou isso. Esse ensinamento se aplica perfeitamente à nossa vida.
Cansados e sobrecarregados.   Por acaso essas palavras não nos descrevem bem? Não é verdade que ficamos cansados de levar pesadas cargas que não são realmente nossas? Obviamente, há alguns fardos que temos de carregar. E muitos deles na verdade nos estimulam. Entretanto, às vezes, aceitamos determinadas cargas que não deveríamos assumir. São os “ossos do ofício”.
Jesus nos convida a ir até ele para sermos revigorados, estimulados e rejuvenescidos.
Em sua presença podemos deixar o excesso de peso e assumir tarefas que – com a ajuda dele – conseguiremos levar adiante. E Jesus se oferece para ser nosso parceiro.
Com quantos assuntos  de terceiros conseguimos lidar? Quantos problemas temos a obrigação de solucionar? Isso varia de acordo com a nossa capacidade de deixá-los aos pés de Jesus, confiando-os aos cuidados dele.
Carga e sobrecarga. Nas estradas, existem postos de pesagem para garantir que os caminhões que trafegam pelas rodovias não estejam sobrecarregados. Os motoristas devem parar nesses postos e pesar a carga. Se ela estiver acima do limite permitido, eles têm de pagar uma multa.
Quando estamos sobrecarregados, que tipo de multa temos de pagar? A sensação de que não somos dignos do que fazemos, um sentimento de incapacidade, frustração, cansaço, doenças, falta de energia e motivação e a certeza de que não podemos continuar nesse ritmo. No entanto, por acaso desistimos de nossas tarefas?
Quando ministro a outros pastores, geralmente peço que completem a seguinte frase: “Estou cansado de...”
E eles respondem:
“... tentar me enquadrar à imagem que as pessoas estipulam para mim”.
“... ouvir os problemas dos outros, sendo que não há ninguém a quem contar os meus”.
“... tentar alcançar o nível de perfeição que exigem de mim”.
“... continuar com atividades ou projetos pelos quais ninguém mais demonstra interesse”.
“... me esforçar para fazer a igreja crescer em um ritmo aceitável e acelerado”.
“... preencher relatórios quando sei que não serão bem aceitos”.
“... satisfazer a vontade tanto dos membros mais jovens quanto dos mais velhos”.
“... fingir ser alguém diferente de mim mesmo”.
Muitos desses sentimentos são perigosos e nos causam sofrimento. O inimigo quer nos fazer perder o estímulo. Ele quer nos convencer a desistir.
Venham a mim. Que lindas palavras! Cristo diz: “Venha até mim, sabendo que eu o compreendo, que me importo com você, que o amo, que desejo estar com você e que quero ajudá-lo. Eu o amo exatamente como é, mas também o amo em maior medida, e não posso permitir que permaneça assim”.
Esse convite não é para irmos a algum lugar; somos chamados a ir a uma Pessoa, que pode ser encontrada em qualquer lugar. É um convite para que deixemos problemas, estresse, frustrações e decepções com Jesus, e tomemos nos ombros uma carga mais razoável, em parceria com o Senhor, que nos capacita a levá-la.
Jesus diz: “Venham”, esta é a hora. Este é o lugar.
Venha depositar seus fardos aos meus pés e tomar sobre si apenas aqueles que levarei com você.
Venha com freqüência, sabendo que estou sempre próximo.
Venha confiantemente, sabendo que estou pronto a ajudá-lo.
Venha com suas preocupações, sabendo que me importo com você.
Venha com seu sucesso e com seu fracasso. O que amo não é seu melhor desempenho. É a você que amo!
Venha humildemente e será exaltado.
Venha quando se sentir indigno, e eu o tornarei digno.
Venha quando sentir que não pode prosseguir, e caminharei ao seu lado.
Venha como diz o hino: “Nada trago nas mãos, apenas agarro-me à tua cruz”.
Ou como disse outro autor: “Exatamente como sou, ó Cordeiro de Deus, achego-me a ti”.
Ou ainda como declarou o profeta: “Venham, todos vocês que estão com sede, venham às águas; e vocês que não possuem dinheiro algum, venham... Com certeza você convocará nações que você não conhece, e nações que não o conhecem se apressarão até você, por causa do Senhor, o seu Deus, o Santo de Israel, pois ele lhe concedeu esplendor” (Isaías 55.1,5).
Um dia, ouviremos Jesus dizer: “Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo” (Mateus 25.34).
Tomem sobre vocês o meu jugo. Essa frase pode parecer um pouco estranha. É uma alusão a algo que existiu em um tempo remoto, e num lugar distante. O que é um jugo? Na era tecnológica em que vivemos, provavelmente compreendemos melhor a expressão “estar conectado”. Deus nos adverte a não aceitar um jugo desapropriado, ou seja, não permitir sermos “conectados” da maneira errada. Ao contrário, o Senhor nos instrui a tomar o jugo com Jesus, e dividir a carga com ele. Essa imagem está relacionada à atividade rural, quando dois bois são presos lado  a lado para puxar o arado.
Tomar o jugo com Cristo significa estar ao lado dele, deixar que ele nos guie, levar a carga juntamente com ele, seguir na mesma direção, ao mesmo tempo, com o mesmo propósito, sempre dividindo o fardo com ele. Significa participar do que ele faz, em vez de tentar forçá-lo a fazer o que desejamos. Alguém já disse: “Fazer a vontade de Deus é como bailar com ele, deixando que o Senhor dite a cadência, estipule os passos e a direção. Não somos chamados a realizar a obra no lugar dele, mas para cooperarmos com ele e permitir que aja através de nós”. (Ainda não consegui compreender plenamente o que isso quer dizer.)
Quando era jovem, meu zelo pelas coisas de Deus me estimulava a participar de todas as atividades que encontrava à minha volta. Creio que ainda tenho esse zelo, mas careço da energia de antes. Agora seleciono minhas atividades, lembrando-me sempre de ir com calma. A vida cristã é uma maratona, e não uma corrida de cem metros rasos. As Escrituras afirmam: “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos” (Efésios 2.10). Desejo realizar apenas as obras que o Senhor estipulou antecipadamente para mim. (As demais talvez tenham sido destinadas a outra pessoa.) Entretanto, continuo ciente de que devo suprir as necessidades dos meus semelhantes quando me deparo com elas, e agir de acordo com a capacidade que o Senhor me concede.
Quando Paulo se preparava para deixar Éfeso e seguir para Jerusalém, e para tudo que o aguardava naquela cidade, disse aos líderes da igreja: “Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus” (Atos 20.28). Se não cuidarmos bem de nós mesmos, não conseguiremos cuidar do rebanho, da obra, do ministério, da nossa esposa e da nossa família. Descanso apropriado, lazer, romantismo, tempo com a família, oração e atividades direcionadas por Deus nos manterão em forma para realizarmos tudo de que necessitamos.
Há pouco tempo, recebi uma carta de Ken Royer, da Link Care. Ele escreveu: “O senhor se lembra de sua última viagem de avião, quando a aeromoça apontou e disse: ‘Em caso de despressurização, máscaras de oxigênio irão cair do teto. Se estiverem acompanhados de crianças pequenas, coloquem sua máscara primeiro, e em seguida ponham a máscara nelas’? Portanto, quando tentamos ajudar outras pessoas, devemos nos assegurar de termos os recursos necessários em nosso íntimo”.
Aprendam de mim. O leitor consegue imaginar qual seria a sensação de ser discipulado pelo próprio Jesus? Que maravilhoso seminário aqueles homens cursaram! Cristo é nosso exemplo. Ele estabelece o padrão. Ele é o modelo a seguir. É a ele que vivemos para agradar. Se ele é o Mestre, temos um “dever de casa” a fazer. Devemos nos assentar aos seus pés (nos momentos apropriados – e não o tempo todo) e aprender sobre sua Palavra, seus caminhos e sua vontade. Nunca devemos assumir tarefas demais, de modo que nos falte tempo para tais coisas. Essa é a maneira primordial de servirmos a Jesus. E há outros modos pré-estabelecidos: “Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram... O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram” (Mateus 25.35,36,40).
Não importa o que façamos, devemos estar junto com ele, sendo guiados por ele. Como Jesus, não vivemos apenas de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. Aprender de Cristo é ser revigorado por ele.
E encontrarão descanso. Nos dias atuais, os cristãos têm enfatizado a intensidade da adoração. Nem sempre isso é fácil de realizar – principalmente quando os líderes de louvor não tentam nos incluir no processo, ou quando se esforçam demais para fazer isso! É necessário adorar com intensidade, mas também precisamos descansar – a alma! O descanso vem quando nos envolvemos na obra de maneira apropriada. Não temos de ficar “sarados” de tanto exercício; precisamos sim nos envolver, no jugo, no Espírito, na Palavra, em comunhão com um grupo pequeno com o qual podemos nos abrir e receber renovação e conselho espiritual.
Um dos meus períodos favoritos da semana é a manhã de sábado. Eu me reúno com um grupo de aproximadamente quinze homens para estudarmos a Bíblia e tomar o café da manhã. Não há um líder específico. Nós nos revezamos “liderando e alimentando” (o líder de cada semana traz a comida). Quando caminhamos com Jesus, sozinhos ou junto com outros cristãos, nossa vida se torna um ato de adoração.
E quanto ao descanso sabático? “Trabalhe seis dias, mas descanse no sétimo” (Êxodo 34.21). Não importa qual seja o dia da semana. Devemos separar um dia para descansar.
“Aquele que habita no abrigo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-poderoso.” (Salmo 91.1.)
Podemos parar o trabalho por um tempo e saber que o Senhor está cuidando de nós e de tudo que temos para fazer.
“Portanto, esforcemo-nos por entrar nesse descanso.” (Hebreus 4.11.) Às vezes, temos de fazer do descanso uma prioridade e travar a luta da fé (envolvimento) até que alcancemos o descanso da fé (deleite).
Nunca devemos dizer: “Sou o maioral”. Mesmo que sejamos o presidente do ministério, não somos os maiorais, mas sim o Senhor.
Pastores, missionários, servos de Cristo: Venham, tomem, aprendam, descansem.

     George R. Foster trabalhou 25 anos no Brasil com a Missão Evangélica Betânia. Atualmente é pastor internacional dos missionários da Bethany Fellowship Missions e conferencista. Contatos: george.foster@bethfel.org







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